segunda-feira, 26 de abril de 2010

Explosão de violência põe em pânico o litoral de São Paulo

Toque de recolher determinado por traficantes faz com que as ruas da cidade fiquem desertas
A população da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, está submetida a um regime de terror há quase dez dias, sem que a polícia do Governo Alberto Goldman (PSDB) esclareça os motivos ou detenha os responsáveis pela explosão de violência que, na última semana, matou 23 pessoas – a maioria delas, jovens entre 18 e 30 anos e sem antecedentes criminais – e deixou outras 12 pessoas feridas a bala. Em algumas cidades os moradores estão em pânico. Segundo reportagem exibida à noite passada pelo Fantástico, da Rede Globo, muitas escolas do Guarujá não tiveram aula durante a semana, por falta de alunos, de acordo a Prefeitura.Em Vicente de Carvalho, um distrito do Guarujá, os comerciantes fecharam as lojas na segunda e na terça-feira, dias 19 e 20/04, diante de rumores de que traficantes teriam ordenado toque de recolher. Ruas e praças de cidades da Baixada que ficavam cheias de gente, mesmo à noite, se tornaram desertas, descreveu o Fantástico. A matança se sucede praticamente a cada dia. Na segunda-feira, seis pessoas foram assassinadas. De terça para quarta, mais duas foram mortas na mesma cidade e outras três em São Vicente, por assassinos encapuzados. Quinta-feira, um rapaz de 29 anos foi executado com um tiro na nuca e cinco homens e uma mulher foram baleados em Cubatão.Nem a Polícia Militar e nem a Polícia Civil do Governo Goldman chegaram, até a noite passada, a qualquer conclusão sobre a origem da matança que não conseguem deter ou sobre os envolvidos nos crimes. Comandante da PM na região, o coronel Sérgio Del Bel Junior disse que a corporação foi surpreendida. Entre policiais militares, a explosão de violência que está matando inocentes é descrita como uma guerra entre policiais e traficantes, que estariam vingando a prisão de nove ladrões e a morte de outro, em confronto com a PM, em 23/03. A hipótese de vingança estaria fortalecida pelo assassinato, no dia 19, de um dos soldados que participara da prisão da quadrilha. O delegado Josias Teixeira de Souza, que investiga os assassinatos praticados no Guarujá também suspeita de represália. “Nota-se uma orquestração de condutas que nos apontam na direção da prática do crime organizado”, disse ao Fantástico. A Corregedoria da Polícia Militar está na região para investigar se há envolvimento de PMs nos assassinatos.

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