Embora tucano negue, aliados já dão como praticamente certa sua candidatura à prefeitura paulistana
Nara Alves iG, São Paulo
O ex-governador tucano José Serra trabalha nos bastidores para aumentar seu controle sobre o processo eleitoral de 2012 na capital paulista. Para isso, tem convidado vereadores tucanos e outros líderes locais para encontros em seu escritório, na zona oeste da capital, para tratar, entre outros assuntos, da corrida à Prefeitura de São Paulo. Para tucanos, sua candidatura é dada como certa, embora ele tenha negado repetidas vezes que irá concorrer ao cargo.
Entraram na lista de convidados para as reuniões vereadores como Gilson Barreto, Tião Faria e Floriano Pesaro. Em algumas conversas, Serra ventilou o nome do senador pelo PSDB-SP, Aloysio Nunes Ferreira, como possível candidato à prefeitura. O senador, porém, garante que não pedirá afastamento do cargo para concorrer em 2012. “Não sou candidato a prefeito de jeito nenhum. Nem se o Serra pedir. Ele sabe que eu não quero”, afirmou Aloysio Nunes ao iG.
Para tucanos que acompanham a movimentação, Serra usa Aloysio Nunes para garantir espaço enquanto tenta se viabilizar nacionalmente. O candidato derrotado à Presidência trabalha para recuperar sua influência no PSDB e tem deixado correr a articulação em torno de seu nome à presidência do partido. Caso Serra não consiga se colocar nacionalmente, as eleições municipais seriam, então, seu plano B para se cacifar novamente como candidato do PSDB à Presidência da República, frente ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).
O avanço de Serra faz frente ao aumento do controle do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no PSDB de São Paulo. Entre lideranças ligadas ao governador, o nome do secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, circula como favorito. Além de Covas, o secretário estadual de Energia de São Paulo, José Aníbal, também deve se colocar como candidato da ala alckmista.
Estratégia
Enquanto Serra se empenha para garantir espaço no PSDB, Alckmin vem se posicionando para controlar o partido no Estado e na capital paulista. No processo que definirá as novas direções da sigla, no próximo mês, tucanos dão como certas as eleições de candidatos ligados ao governador.
Para suceder ao presidente estadual do PSDB, o deputado Mendes Thame, ligado a Serra, o favorito é deputado Pedro Tobias, amigo de Alckmin. Para suceder o presidente municipal da sigla, José Henrique Reis Lobo, ex-secretário de Serra, o favorito é o secretário de Gestão Pública de Alckmin, Júlio Semeghini. Ao contrário de Tobias, que até o momento é candidato único, o secretário pode enfrentar o deputado estadual eleito Carlos Bezerra Junior, indicado por Serra.
Pedro Tobias é do mesmo grupo político de Alckmin, mas também recebe o apoio de Serra, com quem esteve reunido por mais de duas horas na última semana. Ele nega o rótulo de “alckmista”, mas prevê que seu papel à frente da sigla na capital paulista, caso seja eleito, será o de tentar unificar a legenda. “O grande desafio do nosso partido em São Paulo e no Brasil é colocar um rumo único no partido. Vou tentar ajudar todo o partido a falar a mesma língua”, disse ao iG.
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