segunda-feira, 24 de agosto de 2009

REPRESSÃO ÀS DROGAS É QUESTIONADA EM DEBATE

O Globo
24/08/2009
A estratégia do uso de armas e da repressão não vem dando resultados no combate ao tráfico e ao uso de drogas no Brasil, além de contribuir para o aumento da violência. Essa foi uma das opiniões debatidas ontem por especialistas no primeiro encontro da Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia (CBDD), que reuniu pesquisadores, políticos, médicos, artistas e representantes da sociedade civil num auditório da Fundação Oswaldo Cruz.
Entre os convidados, estavam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a atriz Lília Cabral e o jornalista Zuenir Ventura. Para o diretor executivo do Viva Rio, o antropólogo Rubem César Fernandes, o desafio do novo grupo de trabalho será mudar a mentalidade da sociedade e
incentivar a ideia de que o pequeno usuário deve ser tratado como paciente, não mais como bandido: — Queremos que o trabalho da polícia seja focado apenas nos grandes criminosos.
A ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, declarou que a lei teve avanços, mas ainda é muito difícil para um juiz fazer a distinção entre o usuário e o pequeno traficante.
— A distinção é muito delicada, até porque o usuário, para sustentar o vício, muitas vezes se torna um traficante — afirmou, acrescentando que o Brasil obedece a acordos internacionais no combate às drogas.
Participaram do encontro, entre outros, Peter Reuter, coordenador do relatório da União Europeia a respeito da política internacional sobre drogas, apresentado na Convenção de Viena, em março; e Mike Trace, presidente do International Drug Policy Consortium. Já Glenn Greenwald, autor do relatório sobre a descriminalização das drogas em Portugal, não pôde comparecer por estar com gripe.
minha opinião:
Lá vem os teóricos de plantão com os mesmos blas, blas, blas de sempre. Cada vez querendo dar mais liberdade para quem não tem um pingo de cidadania e não está nem aí para o resto da sociedade. Será que não enxergam que estamos nesse caos justamente por vivermos num país onde há falta de regras e excesso de liberdade? Como acabar como tráfico sem punir o consumo? O usuário tem que saber que se for pego com droga será punido exemplarmente e não como acontece hoje. A maioria dos policiais nem leva mais esses usuários pra delegacia pois sabem que o Delegado torce o nariz pra esse tipo de ocorrência e que o usuário sai de lá antes dele e o pior, rindo dele. Um país onde se permite um aluno agredir um professor, onde as periferias estão assoladas por gente sem o que fazer, ou melhor, gente que usa e vende drogas em plena luz do dia, sabendo que as leis são brandas e as autoridades ao invés de reprimí-los passam as mãos em suas cabeças, e na maioria das vezes punem o policial que tenta fazer seu serviço. Precisamos dar um basta nisso. O que essas pessoas conhecem das ruas? Passar as mãos nas cabeças dessas pessoas é empurrar ainda mais esse país para o fundo do poço. Temos que valorizar quem é digno de ser valorizado, proteger quem mereçe proteção. Professores, policiais, médicos... e não essa cambada de sem o que fazer, tratando-os como doentes coitadinhos.
José Sanches

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