sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Polícia indicia sete por chacinas na Grande SP

Presidente do Conselho Estadual de DHPP estranhou o número de indiciados, já que suspeita era de que 18 participaram dos crimes
Manifestantes seguram placas com nome das vítimas de chacinas em Barueri e Osasco / Leonardo Benassatto/Futura Press/FolhapressManifestantes seguram placas com nome das vítimas de chacinas em Barueri e OsascoLeonardo Benassatto/Futura Press/Folhapress
A Polícia de São Paulo concluiu o inquérito sobre as chacinas nas cidades de Itapevi, Barueri e Osasco em agosto deste ano. A confirmação foi anunciada nesta sexta-feira (18) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Sete pessoas - seis policiais militares e um guarda civil metropolitano - foram indiciadas. Uma delas foi presa ainda em agosto e os demais foram presas em outubro, por suspeita de participação no crime.

Segundo a secretaria, o inquérito elaborado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa foi concluído no dia 1 de dezembro e encaminhado à Justiça do Estado. A secretaria informou ainda que uma oitava pessoa foi presa por ameaça às testemunhas do caso. Os nomes não foram revelados porque o processo se encontra em segredo de Justiça.

A motivação dos crimes pelos quais elas foram indiciadas também não foi informada. De acordo com a secretaria, nas chacinas ocorridas em Barueri, Itapevi e Osasco, 23 pessoas morreram e sete ficaram feridas.

A Corregedoria da Polícia Militar prossegue com as investigações, que estão em fase de instrução.

Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (DHPP), Rildo Marques, criticou o fato do inquérito, apesar de concluído, seguir sob segredo de Justiça. Para ele, a sociedade precisa saber quem matou e o motivo pelo qual as chacinas ocorreram. “Não sabemos a conclusão [do inquérito] exatamente por conta dessa história do sigilo. A sociedade toda está querendo ter esclarecimentos e o inquérito tramita sob sigilo. Do ponto de vista da administração pública, o sigilo não é justificável”, acrescentou.

“Inicialmente se apontava a participação de mais de 18 pessoas [nos crimes] e agora foi reduzido a sete? Consideramos que o fato de ele tramitar sigilosamente não garante o sucesso da investigação, porque pode ter se chegado a uma conclusão parcial”, ressaltou.

“A condução do inquérito pode ter um sucesso parcial. Temos dúvida de que ele foi amplo o suficiente para apurar a autoria de todos os que participaram do evento. Em todo momento, houve blindagem das autoridades estaduais sobre o caso. Terminar com sete presos não é suficiente. Queremos entender o porque da chacina, a quem essas pessoas servem, quem é que dá a ordem, quem organiza, como se dá”, concluiu Marques.

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