quinta-feira, 8 de outubro de 2015

PMs queriam vingança e mataram 23 inocentes na Grande SP, diz secretário

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo



A investigação da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo aponta que pelo menos nove agentes de segurança -- oito PMs e um guarda civil -- se envolveram com as mortes de 23 pessoas em Osasco, Barueri, Carapicuíba e Itapevi, na Grande São Paulo, entre os dias 8 e 13 de agosto. Além disso, também são acusados de mais sete tentativas de homicídio. O motivo da matança seria a vingança pelos assassinatos de um PM e de um guarda civil da Barueri. No entanto, as vítimas não tiveram nenhuma relação com essas mortes.
"Todos eram inocentes. Nenhuma das vítimas tinha relação com a morte do PM e do guarda civill", afirmou o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes. O corregedor da PM, Levi Félix, reconheceu que a inocência das vítimas torna os crimes ainda mais cruéis.
O secretário de Segurança, no entanto, quando da ocorrência da chacina, inicialmente descartou que policiais pudessem ser os autores. Moraes refutou informações de testemunhas, que afirmaram que os criminosos perguntavam quem tinha antecedentes criminais antes de atirar e que os assassinos utilizavam coturno. "Essas informações não são indícios da participação de policiais. É típico de quem quer fingir que é policial",disse à época.
Um dos policiais militares presos nesta quinta-feira (8) é réu acusado de participar de uma chacina na região em 2013. Moraes afirmou que pensa em fazer mudanças no comando da PM em Osasco.
Todos os PMs presos serão indiciados. No total, 11 pessoas foram presas na operação realizada nesta quinta-feira (8): dez pms (dois por porte ilegal de armas) e um guarda.
A apuração continuará, e o corregedor Félix disse que outros PMs podem ser presos. "Não dá para precisar quantas pessoas estão envolvidas nos crimes". Félix e a diretora do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa), Elisabete Sato, ressaltaram a dificuldade de investigar o caso. Segundo Félix, os envolvidos "deixaram poucos rastros".
Exames de balística foram fundamentais para identificar o uso de determinadas armas em mais de um local onde foram praticados os homicídios.

 

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