quarta-feira, 19 de novembro de 2014

85% dos policiais brasileiros querem mudança de modelo



 
Fonte: O Tempo
 
Maioria dos policiais ouvidos por pesquisa defende a desmilitarização da polícia; estudo foi divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Censo divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que apenas 14,22% dos policiais brasileiros acreditam que o melhor para a realidade brasileira seja a manutenção do atual modelo de polícias estaduais, com a Polícia Militar agindo de forma ostensiva e a Polícia Civil mantendo função judiciária.
 
A maioria dos policiais ouvidos pelo censo (27,10%) acredita que o ideal seja criar uma nova polícia, com caráter civil, com hierarquia e organizada em carreira única. Outros 7,88% dos policiais também defendem nova polícia civil, mas organizada em carreiras diferentes. Isso significa que a maioria dos policiais ouvidos defende a desmilitarização da polícia – pauta reivindicada por setores da esquerda e que foi bandeira do PSOL durante as eleições.

Além disso, 30,81% dos policiais que responderam ao questionário defendem a unificação das polícias civil e militar.

O levantamento foi feito pelo Centro de Pesquisas Jurídicas Aplicadas, da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública. A pesquisa ouviu 21.101 policiais, da Polícia Militar (52,9%), Polícia Civil (22%), Polícia Federal (10,4%), Corpo de Bombeiros (8,4%), Polícia Rodoviária Federal (4,1%) e Polícia Científica (2,3%), entre 30 de junho e 18 de julho deste ano.

Dificuldades

Questionados sobre os fatores que mais trazem dificuldades aos trabalhos das polícias, 84,7% definiram os baixos salários como fator muito importante. A renda líquida mensal de 27% dos policiais que responderam ao censo é de R$ 5.001 a R$ 10 mil; de 26,2%, é de R$ 2.001 a R$ 3.000 e de 20,9%, de R$ 3.001 a R$ 4.000.

O contingente insuficiente de policiais foi apontado como fator muito importante por 81,7% dos entrevistados. 80,6% falaram em formação e treinamento deficientes; 76,8% em falta de verba para equipamentos e armas; 71,9% em incapacidade das instituições para identificar potencial de cada profissional e 70,3% apontaram a corrupção policial como fator muito importante.

Outros problemas apontados pela categoria são leis penais inadequadas (muito importante para 82,1%), falta de política de segurança pública (81,4%) e mau funcionamento do sistema penitenciário (79,1%), dentre outros.

Cerca de metade dos policiais disse que Ministério Público e Justiça atuam com indiferença em relação às dificuldades do trabalho policial, apenas cobrando, mas sem colaborar .

Violência

Dentre os policiais ouvidos, 66% já terem sofrido discriminação por serem policiais. 42,7% dos policiais relatou ter sido vítima de violência física e 5,2% já foram baleados, em serviço ou de folga.

O estudo pode ser acessado na íntegra AQUI.

Outros estudos

Outro estudo feito pela FGV para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que 81% dos brasileiros acham fácil desobedecer leis. O mesmo porcentual de pessoas também tem a percepção de que, sempre que possível, as pessoas escolhem “dar um jeitinho” no lugar de seguir as leis.O estudo, divulgado nesta segunda pelo jornal O Estado de S. Paulo , mostra ainda que 32% da população confia no Poder Judiciário e 33% confiam na polícia.

Além disso, pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (Ipea) e divulgada nesta segunda pelo jornal O Globo aponta que a violência custa R$ 258 bilhões no Brasil, o equivalente a 5,4% do Produto Interno Bruto do país.
 

Um comentário:

  1. Policial que fez segurança para traficante em Tramandaí é preso. Comissário admitiu estar fazendo a segurança particular para traficantes. Ele trabalhava para o então secretário de Segurança Pública.Foi cumprido nesta segunda-feira (16) um mandado de prisão preventiva do comissário de polícia Nilson Aneli. Ele é suspeito de prestar segurança particular a um grupo de traficantes em uma casa alugada pelo grupo em Tramandaí, no Litoral Norte do RS, quando o traficante Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, 35 anos, foi morto. O policial foi responsável pela segurança particular do ex-secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul Airton Michels durante os quatro anos de seu mandato.
    De acordo com a Corregedoria-Geral de Polícia da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, o inquérito tramita em sigilo e as investigações deverão ser concluídas e encaminhadas à Justiça no prazo legal. Segundo o ex-secretário, Aneli confirmou por telefone que trabalhava em uma casa de praia, quando Xandi foi assassinado, em Tramandaí. "Ele me ligou e disse que tinha que me contar a verdade. Disse que precisava de dinheiro e que não sabia quem eram aquelas pessoas, achou que fossem pessoas 'normais', já que tinham mulheres e crianças no grupo", contou o ex-secretário.
    O processo foi acolhido pela Justiça Criminal da Comarca de Tramandaí/RS, motivado por Representação da Autoridade Policial em Inquérito instaurado na Delegacia de Feitos Especiais - DFE/ COGEPOL/PC, não reproduz toda a verdade sobre os fatos segundo o advogado Ricardo Escorizza dos Santos. Tiroteio. O tiroteio ocorreu por volta das 14h na casa localizada na Rua 3 de Outubro. Segundo a Brigada Militar, quatro homens chegaram ao local em um Corsa vermelho. Dois deles desceram e atiraram contra a residência. Foram feitos vários disparos de fuzil e de pistola 9 mm.
    Xandi, que estava à beira da piscina, foi atingido na cabeça e morreu no local. Outro homem, que seria sobrinho do policial, foi atingido nas costas. Ele foi socorrido e transferido para o Hospital de Pronto Socorro da capital, onde foi internado em estado grave. Uma mulher levou um tiro de raspão na barriga.A casa alugada pelos criminosos fica a uma quadra do mar, perto da plataforma, em um dos pontos mais movimentados de Tramandaí. Segundo a polícia, a quadrilha chegou ao local em 26 de dezembro e voltaria para Porto Alegre na tarde de domingo (5). A diária paga por eles pelo aluguel da casa foi de R$ 1,2 mil.Na residência, foram apreendidas cinco pistolas, seis carregadores de 31 tiros, outras 200 munições, uma grande quantia em dinheiro e quatro veículos (entre eles uma caminhonete de luxo), além de joias e uma quantidade de drogas.

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