Na Baixada Santista, PMs revelam desmotivação para caça ao PCC
Nas noites de terça e quarta-feira da última semana, a onda de violência que provocou 18 mortes em cinco dias, na Baixada Santista, atingiu seu auge. Não do ponto de vista estatístico, mas pela sensação de terror que se espalhou com direito a toque de recolher informal. Há oito dias, escolas de Santos dispensaram os alunos do período noturno antes do horário habitual, cooperativas de táxi sugeriram fim do serviço aos motoristas e até viaturas da Rota orientaram a população para permanecer em casa. Tudo por conta da guerra informal e nada silenciosa entre policiais militares e integrantes do Primeiro Comando da Capital, o PCC.
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Quatro policiais militares ouvidos pelo Terra, que por receio de represálias preferiram não se identificar, relatam desmotivação e falta de respaldo do Estado na caça aos criminosos muito bem organizados. Dois deles, soldados que participam de operações na caça ao tráfico, revelam medo pelo que pode gerar a morte de um bandido ao próprio policial. "O povo tem que saber como funciona. Hoje para trabalhar é 'embaçado'. Se o ladrão for conceituado no crime, houver uma ocorrência com troca de tiros e eu matar o cara, no mês seguinte vão me buscar em casa. O crime tem dinheiro e não tem rotina. O PM honesto não tem dinheiro e tem rotina", descreve um dos soldados.
Colega de farda, um outro soldado relata situação recente que um companheiro vivenciou. "O bandido foi pego em flagrante e ofereceu R$ 100 mil ao policial em meia hora, mas ele não aceitou, 'hoje não é seu dia', disse para o cara. Depois, ele (bandido) deu R$ 130 mil para o promotor e foi para a rua. E aí ele vai atrás de quem? Vai atrás do policial que prendeu e não tem proteção", critica.
Os dois soldados lembram da morte do sargento Marcelo Fukuhara, que foi assassinado a tiros de fuzil na Ponta da Praia, em Santos, na madrugada do último dia 7. "É tudo muito organizado. Os caras tinham um carro IX35 (da marca Hyundai) e com certeza é quente, não é roubado. Não vão colocar dois fuzis e quatro caras dentro de um carro roubado. É carro quente, do crime. Hoje os bandidos têm naipe de playboy (rico). E se ele quiser te pegar, é questão de tempo", diz um dos PMs.
PCC oferece respaldo a filiados
O quadro provoca desmotivação nos policiais, asseguram. A medida emergencial adotada pelo Governo do Estado, além de colocar policiais administrativos na rua, foi reduzir a folga da corporação no início do mês. Um dos soldados entrevistados conta ter trabalhado 12 horas, por 10 dias consecutivos. Boa parte dos assassinatos a homens de farda ocorre quando não estão a serviço.
O quadro provoca desmotivação nos policiais, asseguram. A medida emergencial adotada pelo Governo do Estado, além de colocar policiais administrativos na rua, foi reduzir a folga da corporação no início do mês. Um dos soldados entrevistados conta ter trabalhado 12 horas, por 10 dias consecutivos. Boa parte dos assassinatos a homens de farda ocorre quando não estão a serviço.
"Na verdade, isso (revogar folgas) protege os vagabundos, porque os policiais de folga vão atrás de vingança com os bandidos. Se quer me proteger, me dá segurança. Como vou trabalhar 10 dias sem folga com atitude e energia? Não dá", afirma. "Do que adianta fazer bloqueio de trânsito para pegar carro de trabalhador? Se fosse para fechar a biqueira da favela fazendo operação, todos os dias e por 12 horas, eu ficaria com gosto. Até três meses se fosse preciso."
De acordo com os PMs, a sensação dos bandidos junto ao PCC é totalmente oposta à que os policiais têm em relação ao Estado. "Eles pagam R$ 600 por mês (para o PCC) pelo status. E se forem presos ou morrerem, têm advogado e auxílio para a família. Você viu o que a mulher do sargento (Marcelo Fukuhara) falou? Que ninguém procurou ela", compara um dos soldados, com um atestado: "sabe quem mais perde com isso? É a população."
Sergio Tomisaki/ Diário SP
ResponderExcluirNovatos já pensam em se desligar da PM
Risco permanente, agravado por ação do crime organizado, faz policiais perderem interesse por profissão ACORDA GOVERNADOR VAMOS FICAR SEM POLICIA
E se a policia fizesse uma cooperativa e cada policial pagasse uma contribuição mensal de R$ 50,00 pois são juntando as duas corporações mais de cem mil homens, sem falar da GCM se juntar de todo estado de SP seriam mais uns 70.000 imaginou que força teríamos?
ResponderExcluirSerá que o crime organizado teria tanta organização assim?
Sem falar que a pressão em cima dos congressistas seria imensa e as mudanças do código penal seriam feitos ou alguém tem dúvidas o duro e colocar isso na cabeça dos policiais.
Formaríamos a cada eleição vários candidatos, que faria a mudança pois teríamos representação em todos os poderes da união. Texto par reflexão!!!!!
NAO ME FALE ISSO JA TEM ASS DE CABOS DE SARGENTOS DE TENENTES DE AGENTES DE POLICIAIS CIVIS DE DELEGADOS E DE FUNCIONARIOS PUBLICOS DA GUARDA AGENTES PENETENCIARIOS E MESMO ASSIM NAO CONSEGUEM NEM PASSAR A PEC 300 IMAGINA O DINHEIRO QUE ENTRA PARA OS DONOS É NÓS CONTINUAMOS COM ESSE SALARIO A UNICA QUE FAZ ALGO É A COOPMIL QUE EMPRESTA E O QUE DEPOSITAMOS É NOSSO O RESTO SÓ QUEM GANHA SAO OS DONOS O GOVERNO TEM QUE CRIAR VERGONHA E OBEDECER A CONTITUIÇAO E PAGAR O QUE MANDA A LEI
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