terça-feira, 7 de agosto de 2012

Agentes da Polícia Federal iniciam greve por tempo indeterminado

Com exceção do Rio de Janeiro, sindicato estima que 70% dos agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal (PF) estejam parados

Valor Online
Com exceção do Rio de Janeiro, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal (PF) iniciaram nesta terça-feira em todo o País uma paralisação por tempo indeterminado. A demanda de ajuste salarial é indireta, por reconhecimento de novas atribuições que levará a uma reestruturação de carreira. Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), haverá uma avaliação do movimento na sexta-feira.

A expectativa é por reabertura de negociação pelo Ministério do Planejamento, em pleito que já dura dois anos. A assessoria da Fenapef estima que cerca de 70% dos 11 mil agentes da PF estejam em greve, paralisando investigações e dificultando a retirada de passaportes (exceto em casos de urgência).
Agentes entregam os distintivos e as armas ao sindicato durante ato na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal, na Lapa, em SP
Os delegados da PF, que reivindicam equiparação salarial com servidores do Ministério Público, decidem hoje à tarde se também entram em greve. O governo dividiu essas categorias da PF em duas mesas de negociação. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da PF disse que não vai se manifestar sobre a paralisação.
Investigações e passaportes
O sindicato aprovou o indicativo de greve na última quarta-feira. Segundo o presidente da Fenapef, Marcos Wink, o atual diretor geral da PF não consegue gerir adequadamente a instituição. “Há disputas internas na PF e o diretor não é competente para administrar [essas disputas]. Queremos alguém de fora da PF que seja gestor, que saiba apaziguar as disputas”, declarou.
Até ontem, os sindicatos estaduais votaram como devem ser as manifestações. Segundo Wink, os Estados têm essa autonomia por causa da particularidade de cada um. “Em São Paulo e Rio de Janeiro, temos dois grandes aeroportos, então pode haver operação-padrão na alfândega. Em Brasília, pode afetar a emissão de passaportes. No Amazonas, no Rio Grande do Sul, a fiscalização das fronteiras pode ser prejudicada”, afirmou.
Investigações especiais como a Operação Monte Carlo, que prendeu o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira , também podem ser afetadas. O presidente da Fenapef ressaltou que a paralisação de investigações importantes será analisado caso a caso.
Segundo o sindicalista, a intenção dos agentes da PF é não prejudicar a segurança do país, de maneira a manter a confiança da população. A categoria reivindica reestruturação salarial e da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas. O salário inicial desses três cargos é R$ 7,5 mil, o equivalente a 56,2% da remuneração dos delegados, cujo vencimento de início de carreira é R$ 13,4 mil. O Ministério do Planejamento informou que as negociações com as categorias em greve estão abertas.

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