quarta-feira, 25 de abril de 2012

Governo quer PM criminoso em presídios comuns de São Paulo


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ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

O governo de São Paulo planeja modificar o sistema disciplinar da PM para tentar acelerar demissões e, também, enviar ex-policiais envolvidos em crimes graves para o sistema penitenciário comum.
Hoje, ex-PMs vão para o presídio militar Romão Gomes, na zona norte da capital.
O anúncio da possível mudança ocorre em meio a uma série de denúncias de participação de PMs em crimes, que vão de arrastão a condomínio a furto de caixas eletrônicos.
Nos casos recentes, a suspeita era a de que policiais em serviço passavam informações a criminosos sobre a localização de outros policiais.
O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, chegou a utilizar o termo "caos" para falar disso.
"O policial militar que é pilhado passando informações para quadrilhas tem de ir para a vala comum, para o sistema penitenciário, assim como vai o mais vil dos marginais."
O principal argumento para a existência desses presídios especiais é haver risco de morte para um ex-policial --ou parente direto-- se for posto com criminosos comuns.
O secretário rebate: "Fui secretário da Administração Penitenciária durante três anos. Temos lá vários ex-policiais e eu não tenho notícia de um que tenha perdido a vida em razão da origem dele".
Ferreira Pinto disse que a mudança ainda está sendo formatada, mas que certamente atingirá policiais envolvidos com sequestro, estupro, latrocínio e roubo.
As declarações ocorreram ontem (24) durante cerimônia de posse do novo comandante-geral da PM, Roberval França.
O evento foi marcado pela ausência do antecessor, coronel Álvaro Camilo, que comandou a corporação por três anos e saiu no início do mês.
Para oficiais ouvidos pela reportagem, é "extremamente raro" ausências desse tipo. O comando foi transmitido pelo comandante interino, coronel Pedro Batista Lamoso.
Nem o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que esteve no evento, nem Ferreira Pinto souberam explicar por que Camilo não foi. "Deve ter algum motivo de força maior. A saída dele não foi traumática", disse o secretário.

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