sexta-feira, 13 de abril de 2012

Promotores do DF são relacionados a Cachoeira em grampos da polícia

Pelo áudio, membros do MP passavam informações confidenciais ao GDF.
Três pessoas citadas nas gravações da PF deixaram o governo do DF. Do G1 DF, com informações do BDDF 29 comentários Dois promotores do Ministério Público do Distrito Federal aparecem nas escutas telefônicas da Polícia Federal, realizadas pela Operação Monte Carlo, que investiga o contraventor Carlos Cachoeira, suspeito de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás. Pelos grampos, os promotores passariam informações confidenciais ao governo do DF. O contato seria com Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete de Agnelo Queiroz. As conversas que citam os promotores são entre Marcelão, Marcello de Oliveira Lopes, ex-funcionário da Casa Militar, e Dadá, Idalberto Matias, assessor de Carlos Cachoeira. Dadá: Eu estive anteontem no Ministério Público falando com o Wilton, com o Libânio. Ele tá querendo falar com o Cláudio, cara. Já ligou várias vezes, mas o Cláudio não atende e tal. Marcelão: Ah é, quem? Dadá: O Wilton. Marcelão: O Wilton, é? Falar o que com o Cláudio? Dadá: Quer dar uns toques lá pra ele do governo, dos troços que ‘apareceu’ lá e tal, tal... Tem um negócio de governo que os caras estão vacilando, tão vacilando, entendeu? Marcelão: Beleza, se quiser, ele vai lá direto. Tu consegue levar ele direto? Sem fazer aquele esquema? Dadá: Quem? Levar lá o Cláudio? Nosso amigo? Marcelão: É, é. Dadá: Levo, pô, a gente vai lá, entra lá de manhã, que não tem ninguém. Dez horas da manhã, entra pela garagem lá e fala com ele. Os promotores citados são Wilton Queiroz de Lima e Libânio Alves Rodrigues. Libânio não foi encontrado pela equipe de reportagem para comentar a gravação. Lima admitiu já ter recebido Dadá diversas vezes. Segundo o promotor, Idalberto Matias era fonte para outras investigações do Ministério Público. Marcello Lopes, ex-assessor de Agnelo Queiroz, disse que o nome dele está sendo usado para atingir o governador. O advogado de Lopes, Jorge Amarante, informou que a relação do seu cliente com Carlinhos Cachoeira não envolvia negócios com o governo. Cláudio Monteiro nega envolvimento com o grupo de Cachoeira. Depois de deixar o governo, ele disponibilizou seus sigilos fiscal, bancário e telefônico. Disse que pretende processar a PF e as pessoas que o citaram nas gravações. ExoneradosDesde o início do escândalo envolvendo o contraventor Carlos Cachoeira, três pessoas ligadas ao governo do Distrito Federal foram exoneradas por terem os nomes citados nas escutas telefônicas da Polícia Federal. Além de Cláudio Monteiro, ex- chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz, e Marcello de Oliveira, ex-assessor na Casa Militar, nesta quinta-feira (12), João Carlos Feitoza, o Zunga, deixou a Fundação de Amparo ao Preso. Zunga seria, segundo a polícia, o contato entre o governador Agnelo e o bicheiro Carlos Cachoeira. Dadá: O Zunga me ligou aqui, está querendo falar com você, que o chefe dele lá, o “01”, o Magrão, tá querendo..não falou o que que é. Disse que tá ligando e você não está atendendo. Mas falei: Qual é o assunto? Aí ele falou que é o Magrão. Magrão que eu entendi deve ser o “01”, né não? Quer falar com você. Cachoeira: Vou falar com ele. “01” ou Magrão, segundo a Polícia Federal, seria o governador Agnelo Queiroz. Na quarta-feira (11), o governador falou que nunca havia estado com o empresário Carlinhos Cachoeira. Nesta quinta-feira (12), porém, o porta-voz do GDF afirmou que Agnelo se encontrou com Cachoeira em “2009 ou 2010”. Outras conversas gravadas pela PF mostram que Zunga já tinha contatos com o grupo de Cachoeira. Em abril de 2011, ele passa para Rosalvo Simprini Cruz, homem que seria responsável pela movimentação financeira das máquinas caça-níqueis, dados para depósito bancário. Zunga: Precisava ver contigo, cara. Se dá pra gente fazer aquela parada amanhã mais cedo, pela manhã, até meio-dia mais ou menos. Rosalvo: Ainda vou ter que correr atrás amanhã, Zunga. Zunga: Pois é, cara. Eu vou viajar uma hora mais ou menos. Rosalvo: É, não sei. Vai depender do recebimento. Pode falar o número da conta. Em nome de quem? Zunga: João Carlos Feitoza. João Carlos Feitoza, o Zunga, não foi encontrado para comentar as gravações.

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