segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

PMs do Paraná preparam manifestações por aumento salarial

ESTELITA HASS CARAZZAIDE
CURITIBA
Em luta por um reajuste salarial, policiais militares do Paraná entrarão em vigília a partir desta terça-feira (14). Eles vão intensificar as manifestações pelo Estado. Estão previstas carreatas, panfletagem e outras "manifestações pacíficas", como destacam os policiais.Com ânimos exaltados, os policiais discutiram as mobilizações por duas horas. A reunião foi feita a portas fechadas, e todos os celulares tiveram chip e bateria retirados e expostos em cima da mesa principal --havia receio de que alguns telefones estivessem grampeados.Por enquanto, apenas PMs em folga e aposentados, além de seus familiares, devem ser mobilizados, sem prejuízo do atendimento à população.Uma greve policial, embora seja oficialmente descartada pelas entidades representativas da categoria ("Seria colocar a sociedade contra nós", afirma o cabo Carlos Lima, da Ascepol), é uma opção que está em pauta, segundo a Folha apurou.Os PMs pedem piso salarial de R$ 4.513. Hoje, o valor é R$ 2.438."É um desprezo sentido na pele. Já foram muitas as datas estabelecidas pelo governo [para implantar o novo piso salarial] e o subsídio não vem", afirma o bombeiro Laudenir Dotta, 45, coordenador do Fórum das Entidades Representativas de Policiais e Bombeiros Militares do Paraná, onde a reunião aconteceu.A implantação do subsídio (parcela salarial única, que elimina gratificações) nos salários dos PMs foi determinada por lei estadual em 2010 e deveria ter sido concretizada até abril de 2011. Os policiais afirmam que seus salários estão defasados desde que as gratificações foram cortadas, a partir de 1998."Quem está ilegal no Paraná é o governador, não são os policiais", afirma o cabo Bento Eliseo Aleixo, 34.O governo diz que apresentará uma contraproposta ao valor reivindicado pelos PMs até o final desta semana.À imprensa, o governador Beto Richa (PSDB) tem afirmado que as aspirações dos policiais por aumento salarial são "justas e merecidas", mas que o governo irá atuar "até onde o Estado pode ir"."Eu tenho que zelar pelo dinheiro que não é meu, que é público", afirmou Richa, em entrevista ao "Jornal de Londrina", na semana passada.Entre os atos programados, definidos em reunião nesta segunda (13), está um protesto em frente à sede do governo estadual, entre amanhã e quarta-feira.

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