quinta-feira, 22 de setembro de 2011

São Paulo é campeão em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça

As decisões recorrentes do Judiciário contra investigações baseadas nos grampos telefônicos não se refletiram nos números. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que a quantidade de telefones monitorados em investigações judiciais permanece praticamente estável desde o ano passado.

Até agosto deste ano, 17.122 linhas telefônicas normais, 750 linhas do tipo voip (de ligações via internet) e 320 endereços eletrônicos estão sendo monitorados com autorização judicial. No mesmo período do ano passado, 18.333 linhas telefônicas eram monitoradas, além de 1316 linhas de internet e 431 endereços eletrônicos.

Os tribunais de Justiça de São Paulo, do Paraná, de Goiás e do Rio Grande do Sul detêm o maior número de grampos autorizados judicialmente. No outro extremo, o Tribunal de Justiça de Alagoas têm hoje apenas quatro linhas telefônicas sendo monitoradas em investigações judiciais.

Todos esses dados são encaminhados pelos juízes ao Conselho Nacional de Justiça em cumprimento a uma resolução editada pelo órgão para evitar a proliferação dos grampos nas investigações judiciais.

Entre esses dados não há informações sobre a duração das escutas telefônicas, algo que é levado em conta pelo Judiciário. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou em 2008 as escutas telefônicas autorizadas judicialmente e que levaram à condenação de um empresário. Neste caso, o alvo da investigação passou dois anos sendo monitorado, prazo considerado excessivo pelo tribunal.

Os juízes também não são obrigados a repassar para o CNJ os números dos telefones que estão sendo monitorados. Por serem investigações sigilosas, o vazamento do nome de quem está sendo investigado comprometeria as investigações.

Fonte: Estado de S. Paulo

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