terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Bandidos voltam a usar o ''golpe do sobrinho''. Idosos são os maiores alvos

Só neste mês, pelo menos 13 pessoas em SP foram vítimas de estelionatários que se fazem passar por parentes para conseguir dinheiro
Camilla Haddad - O Estado de S.Paulo
"Tio, preciso da sua ajuda!" Esta frase levou o aposentado A., de 80 anos, a usar o limite do cheque especial de duas contas para dar dinheiro a um estelionatário que se passava por seu sobrinho. Ele caiu em um golpe aplicado por telefone no começo deste mês e ainda está no vermelho. Pelo menos outros 12 idosos foram vítimas da mesma armadilha nesse período. O número pode ser maior, pois muitas vítimas não vão à delegacia por vergonha.
Segundo a Polícia Militar, esse tipo de ação chegou a ser comunicado ao Centro de Operações pelo 190 em 2009. No ano passado, não houve tantas denúncias. Já nos primeiros dias deste ano foram novamente constantes os chamados de vítimas.
A. conta que, após receber o telefonema do falso sobrinho, saiu de seu apartamento na Bela Vista, região central da cidade, e foi sozinho ao banco. Conseguiu fazer o primeiro depósito às 10 horas. Ao retornar para casa, atendeu outra ligação do "sobrinho", que pedia mais dinheiro. E fez outro depósito. "Fico chateado com essas coisas. É digno mostrar e alertar as pessoas."
O aposentado afirma que o criminoso se passou por seu sobrinho com perfeição. "O ladrão disse que chovia em São Paulo e havia batido o carro. Também contou que sua carteira de habilitação estava vencida e o veículo seria apreendido. Ajudei."
Segundo A., o criminoso disfarçado de sobrinho precisava de R$ 1,5 mil. "Não deu para notar a voz. Meu sobrinho mora em Brasília e o bandido me disse que estava aqui a trabalho."
Ele só descobriu o golpe às 18 horas, quando finalmente o parente verdadeiro atendeu o celular. Um ano atrás, A. quase caiu no golpe do sequestro, também por telefone. Na ocasião, a mulher do aposentado conseguiu falar com os filhos antes de ele pagar o resgate.

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