terça-feira, 21 de setembro de 2010

"DO JEITO QUE ESTÁ NÃO PODE FICAR", DIZ O JUIZ FEDERAL ODILON DE OLIVEIRA



O Juiz Federal Odilon de Oliveira foi um dos destaques do Congresso Nacional dos Policiais Federais. Nos dois dias em que participou dos debates junto com os policiais federais o magistrado firmou posições claras a respeito da luta contra o narcotráfico, corrupção, punição aos criminosos e Polícia Federal.
Odilon Oliveira é um homem que não tem medo. A frente da 3º Vara da Justiça Federal no Mato Grosso do Sul, o magistrado trava uma batalha contra o narcotráfico. Sua luta contra o crime lhe valeu o título de inimigo número 1 de bandidos ligados ao tráfico. Sua cabeça chegou a valer, segundo investigações da polícia brasileira e paraguaia, US$ 1 milhão, no mercado do crime de encomenda. Hoje, o magistrado anda acompanhado de agentes da Polícia Federal que zelam por sua vida.
Não tem nada que irrite mais Odilon Oliveira do que a impunidade. Segundo ele, o sistema penal brasileiro está falido o que favorece a impunidade dos criminosos. “Precisamos uma mudança estrutural no país”, sentencia o juiz. Além da necessidade de mudança, o juiz também critica a corrupção no Brasil. "Se conseguíssemos evitar a corrupção por um ano conseguiríamos construir mais de 20 mil postos de saúde", disse.
Em um estudo apresentado durante o Congresso Nacional dos Policiais Federais, Odilon Oliveira mostrou alguns números do crime. Segundo ele, o comércio de drogas no mundo atinge hoje a impressionante cifra de R$ 1,2 trilhão ou cerca de 1/3 do PIB de todo o Brasil. Com um mercado ilícito tão rico não é de surpreender que ao longo dos últimos anos o tráfico esteja atraindo um exército. “Em menos de 20 anos a quantidade de pessoas presas por tráfico de drogas foi de 23% dos presos para 46%”.
Para atacar o tráfico o juiz Odilon prega uma maior presença dos policiais federais na fronteira atuando na polícia administrativa. “O Brasil precisa de vocês nas fronteiras”, disse. Para o magistrado os policiais devem executar suas atividades de Inteligência e enfrentamento ao crime. “É preciso mudar a polícia. Acabar com aquele amontoado de papel que não leva a nada e que gera impunidade. Do jeito que está não dá para ficar”, diz.
Fonte: Agência Fenapef

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