quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PARA POLICIAIS, VIOLÊNCIA AUMENTOU

- O Globo
16/09/2009
A grande maioria dos policiais brasileiros avalia que a ocorrência de crimes aumentou ou permaneceu estável no país. Apenas uma minoria, de 22% a 33%, acha que há melhoria no número de assassinatos, espancamentos, roubos, ameaças com arma e violência contra crianças e mulheres. Essa percepção de estabilidade com viés de aumento da violência foi apontado em pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), que ouviu 5,5 mil policiais militares, civis, comunitários e bombeiros em todos os estados, para avaliar o andamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
Além da polícia, foram ouvidos moradores de sete comunidades onde já foram implantados “territórios da paz” — bairros onde há policiamento comunitário e programas sociais. Entre quem conhece o Pronasci, existe percepção de melhoria da segurança. Porém, o Ministério da Justiça identificou dificuldades no quesito assassinatos: a maior parte da população em Benedito Bentes (AL), Vila Bom Jesus (RS) e Santa Inês (AC) avalia que os homicídios se agravaram.
O governo pretende intensificar as ações nesses locais.
Já no Complexo do Alemão e na favela Nova Brasília, no Rio, os resultados da percepção da violência melhoraram. Entre março e junho, passou de 49% para 60% a parcela da comunidade que percebeu diminuição de assassinatos. Menos da metade da população viu melhora nas situações de espancamento (45%) e de violência contra mulheres e crianças (40%).
— O fato de existir um índice apontando que a situação melhorou já é significativo — avaliou o ministro Tarso Genro (Justiça), que considera que a parcela, ainda que minoritária, aponta para tendência de melhora: — A melhoria efetiva nos índices de segurança aparecerá em 4 ou 5 anos. Não podemos criar a ilusão de que o aumento da força policial e da repressão vai diminuir a violência.
Para o ministro, a lógica no país de que a segurança seria estabelecida pela força e ocupação territorial está superada, mas a transição de modelo é lenta e difícil. Apesar de elogiar a prefeitura do Rio na gestão de Eduardo Paes (PMDB), avalia que o estado ainda enfrenta problemas.
Tarso não apresentou dados sobre a queda nos índices de crimes — as estatísticas estão sendo compiladas —, mas disse que já há melhoras objetivas no Complexo do Alemão.

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